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Por licitação, ambulantes com décadas em parque viram empresários, mas temem prejuízo

Rafael Pereira, pipoqueiro no parque da Água Branca: ele ganhou uma licitação para continuar com a atividade e agora tem de pagar R$ 1.951 por mês pelo espaço

O cenho franzido e preocupado carrega a feição de Rafael Pereira, 68, que há 43 anos passa os dias no parque da Água Branca –oficialmente parque Dr. Fernando Costa, na zona oeste de São Paulo.

As crianças brincam no parquinho ali do lado e o clima está ameno neste começo de primavera, no início de outubro, debaixo das volumosas copas das árvores que ladeiam as alamedas. O idoso veste camisa social para dentro da calça jeans, sapatos e cinto de couro. Afinal, ele não está ali brincando.

Uma das crianças chega correndo, na frente dos pais, e já sai pedindo: “Tio, eu quero uma pipoca, por favor”. Ato contínuo –não sem antes encontrar o olhar dos pais em busca de aquiescência–, Pereira abre um sorriso e atende o pedido.

Ele serve a pipoca (salgada), recebe o dinheiro de um dos adultos, dá o troco para os R$ 5 que cobra pelo saco e pronto. Lá vai mais uma criança feliz correndo, perseguindo uma galinha dentre as inúmeras que circulam soltas pelo parque. Pereira volta a franzir o cenho.

É que ele está preocupado. Depois de tantas décadas como pipoqueiro no parque da Água Branca, agora virou empresário. Foi vencedor de uma licitação da Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo e detém um contrato com o poder público que vai lhe custar quase R$ 30 mil ao longo dos próximos 15 meses. “Foi a única forma de podermos continuar a trabalhar no parque”, explica o pipoqueiro. “Montamos uma associação para abrir um CNPJ e poder disputar a licitação.”

Ele conta que, em mais de quatro décadas de parque, foi a primeira vez que teve de participar de uma concorrência para trabalhar. “Eu não sabia direito nem o que era uma licitação. Sempre lidamos direto com a administração sem toda essa burocracia e complicação”, afirma.

A Secretaria do Meio Ambiente tem promovido a ampliação de PPPs (Parcerias Público Privadas) nos dez parques urbanos estaduais da capital. Com isso, nos últimos anos têm sido promovidas licitações para renovar e modernizar o comércio ambulante nestes locais.

“A privatização ou concessão total dos parques urbanos da capital está fora de cogitação”, diz Maurício Brusadin, secretário do Meio Ambiente, em entrevista ao UOL .

(Fonte: Jornal Floripa)

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