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Prefeitura do Rio vai licitar área para construção de autódromo em Deodoro


A área de corridas deverá ser criada na Floresta do Camboatás. Moradores e ambientalistas são contrários ao empreendimento

Em meio a uma polêmica ambiental, a Prefeitura do Rio vai tentar fazer a concessão da área para a construção do novo autódromo da cidade, em Deodoro, Zona Norte da capital. Segundo a minuta de contrato publicada no Diário Oficial do dia 14 de dezembro do ano passado, a abertura dos envelopes será feita às 10h30 da próxima quinta-feira (31), na Comissão de Licitação da Casa Civil.

O procedimento seguiria os passos de uma licitação normal se não fosse por um motivo: há pelo menos oito anos, a Floresta do Camboatá, uma área verde de 1,6 milhão de metros quadrados, é apontada pelo poder municipal como o local para receber o empreendimento. Mas moradores e ambientalistas são contrários à obra. Eles alegam que o a construção pode provocar destruição de espécies da Mata Atlântica e afetar também a fauna da região.

“A Floresta do Camboatá é um oásis de Mata Atlântica em meio a uma área onde não há mais nenhuma vegetação. O local também serve como um santuário para aves migratórias. É absurdo permitirem que se construa um autódromo ali. A obra é grande demais e a mata e os animais serão prejudicados”, lamentou o morador da região e integrante do grupo SOS Floresta Camboatá, Luiz Cândido.

Segundo os dados da licitação, está prevista a construção de uma pista de 5.835 metros e também uma arquibancada permanente com capacidade para 20,5 mil espectadores. Além disso, haverá a possibilidade de instalação de assentos temporários, o que aumentaria a lotação do local para 78 mil pessoas.

A empresa vencedora da licitação terá que pagar um valor de R$ 697,4 milhões. Em troca, poderá explorar o espaço pelos próximos 35 anos.

A escolha pela Floresta do Camboatá como local para receber o novo autódromo se deu em 2010, com a publicação da lei Complementar 108. À época, um projeto inicial chegou a ser desenvolvido pela prefeitura, mas acabou interrompido uma vez que a Justiça determinou – após ação movida pelo Ministério Público Federal – que qualquer obra na região só pode ser feita com a realização de um Estudo e Relatório de Impacto Ambiental (Eia-Rima).

“O que ainda não aconteceu. O que vai acontecer se, uma vez concluído, o Eima-Rima não der autorização para a construção no local? Quem vai ressarcir a empresa vencedora?”, questionou Cândido.

Por meio da assessoria de imprensa, a Subsecretaria de Projetos Estratégicos informou que o projeto foi submetido à Procuradoria-geral do Município, que deu parecer favorável. Além disso, uma audiência pública sobre o tema foi realizada no dia 23 de novembro do ano passado, na própria sede da prefeitura.

Ainda por meio da assessoria, a prefeitura informou que o eventual concessionário será responsável pela apresentação dos documentos necessários, devendo providenciar o Eia-Rima para que a concessão não prejudique a vegetação protegida.

Explosivos
Uma alternativa apresentada pelos moradores da área é a construção do autódromo no Campo de Gericinó , hipótese rejeitada pela Federação de Automobilismo do Rio.

“De jeito nenhum. Aquele é um local destinado a treinamentos do Exército. Imagine a quantidade de artefatos explosivos que existem ali. Não há a menor possibilidade de se construir um autódromo naquela área”, explicou o presidente da Federação, Djalma Neves.

Durante muito tempo, a própria Floresta do Camboatá era uma área em cujo solo havia artefatos explosivos – situação resultante da explosão de paióis do Exército na região, em 1958. No entanto, segundo a prefeitura, todos os explosivos foram retirados e o local, no momento, estaria descontaminado.

A necessidade da construção de um novo local para corridas de veículos na cidade surgiu em 2008, quando o Autódromo de Jacarepaguá foi demolido para dar lugar ao Parque Olímpico.

“O potencial turístico de um novo autódromo é imenso. Imagine a quantidade de pessoas que podemos levar até lá. Além disso, um autódromo atrai comércio, oficinas e hotéis. Não queremos de jeito nenhum destruir a floresta, mas a construção desse novo espaço de corridas é fundamental para a cidade”, finalizou Djalma.

(Fonte: G1)

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